Levar peso demais na moto pode estragar a viagem; veja dicas
Viajar de motocicleta é uma experiência incrível, que pode ser ainda melhor que os mais manjados clichês que exaltam a emoção de pegar a estrada e rodar pelo mundo sem uma carroceria em volta. No entanto, é preciso ter em mente que em uma moto o espaço para bagagem é restrito e que qualquer viagem, curta ou longa, pode virar um verdadeiro inferno se:
Peso demais, volume demais. Nada disso combina com motocicleta. É claro que modelos maiores, de alta cilindrada, permitem levar mais tralha, mas é sempre importante lembrar que, por maior que seja, uma motocicleta sempre terá apenas dois pontos de apoio com o solo. E para fazer curvas, ela deve ser inclinada. Essa peculiar dinâmica não permite alterar o equilíbrio com excessos.
–Se você não tem uma Harley-Davidson Ultra Limited (foto acima) ou uma Honda Gold Wing, “mastodontes” com mais espaço para bagagem que alguns carros, levar (pouca!) bagagem no corpo, em uma pequena mochila nas costas, pode ser uma opção em caso de viagem curta. Caso a viagem seja a dois, a solução colocar uma mochila nas costas do garupa e outra no peito de quem pilota. Isso só vale se peso e volume forem realmente pequenos. A prática de amarrar bagagem ao banco – ou bagageiro, se houver –, com elásticos ou as mais eficientes redinhas é prática comum, mas isso também implica em respeitar a regra número um de não exagerar na quantidade. Além disso, esse estilo dá trabalho: a cada parada ou se arrisca deixando tudo na motocicleta enquanto ou carrega-se tudo para depois recolocar no lugar. Qual é a melhor das soluções? Sem dúvida, colocar na sua moto malas específicas, projetadas para resolver de maneira definitiva, fácil e prática a necessidade de levar coisas. Melhor ainda é escolher um modelo de moto que já venha de fábrica com malas – ou ao menos as ofereça como acessório original. Isso te dará a certeza de que, no projeto de sua motocicleta, os volumes, o sistema de fixação, o peso decorrente e, inclusive, a interferência aerodinâmica de tais acessórios foram estudados de maneira séria.
TIPOS E TAMANHOS
Há hoje uma razoável oferta de modelos de motocicletas que trazem como equipamento original malas laterais e o chamados “top cases”, aqueles bauzinhos que ficam na traseira das motos. Aliás, tal baú (também chamado de bauleto) é um dos acessórios para motos mais vendidos, e quem os compra nem sempre tem o intuito de viajar. O uso da moto em centros urbanos também demanda – e muito – um espaço para guardar coisas. Grandes, médios ou pequenos, tais baús tornaram a vida do motociclista mais prática e dão à moto maior versatilidade. No caso das malas destinadas a um viagem de motocicleta, mesmo sendo equipamento original, é importante lembrar que há sempre um limite de peso a ser religiosamente respeitado. A cifra máxima de carga admitida está usualmente colada em adesivo interno à mala ou evidenciado no manual do produto. Não levar a sério tal recomendação implicará em desequilíbrio que pode se manifestar com a oscilação do guidão conforme a velocidade aumenta ou também em trincas na estrutura que suporta as malas. O subchassi, a parte da moto que sustenta o banco, também pode ser danificada, e aí o prejuízo é grande. Outro limite a ser considerado é o da velocidade máxima, pois tanto o “top case” quanto o par de malas laterais afetam de modo importante a aerodinâmica e, consequentemente, a dirigibilidade.
Como dissemos, modelos que oferecem malas como acessório original recebem reforços para o peso que será acrescido. No entanto, também há bons fabricantes de malas e suas respectivas estruturas que, mesmo não fazendo parte da lista de acessórios originais do fabricante, são plenamente confiáveis. As malas mais usuais são as feitas em plástico rígido, material que combina leveza com resistência. Há também malas realizadas em materiais têxteis reforçados com resina, assim como as vistosas (e caras) malas de alumínio. Praticamente todas oferecem a possibilidade de serem retiradas de modo rápido, bastando para tal apenas uma chave e certa habilidade pala desencaixá-las. Outras oferecem também bolsas internas de tecido, que tanto ajudam na impermeabilidade como na praticidade: ao chegar ao destino, em vez de retirar as malas da moto, leva-se apenas a bolsa com o conteúdo bem embaladinho.
Neste maravilhoso mundo de possibilidades no qual não está excluída a também válida (mas cada vez menos usada) mala de tanque. De qualquer modo, é importante não perder de vista o que dissemos no início: conter excessos. Desrespeitar o tênue equilíbrio de uma motocicleta levando peso demais ou volume demais é definitivamente algo que não combina com o verdadeiro prazer que é viajar de motocicleta e assim usar o bom senso é a melhor decisão.